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Nutrição e Saúde

Mitos sobre a soja, desvende os principais

Chega de polêmicas! É hora de mostrar que a soja é, sim, um alimento saudável

Em uma dieta vegetariana ou vegana, a soja é comum. No tofu, “leite” de soja, proteína texturizada, patês, na forma de grão, etc. Para pessoas que não estão familiarizadas com este alimento, há um certo receio. Isto porque existem mitos sobre a soja que foram se consolidando, equivocadamente, ao longo dos anos.

Mas ao contrário do que a maioria pensa, a soja, na realidade, é um alimento muito saudável. O próprio Ministério da Saúde reconhece a soja como um alimento funcional, lhe atribuindo ação anti-câncer, antioxidante, anti-inflamatória, além de ajudar na redução dos níveis de colesterol.

É hora de rever alguns desses preconceitos! Vamos conversar, então, sobre alguns dos mitos sobre a soja?

5 mitos sobre a soja que precisam acabar

1. Soja causa câncer de mama

O consumo moderado de soja é totalmente seguro. Pode ficar tranquila: não há nenhuma ligação direta entre a soja e o câncer de mama.

Esse mito surgiu pela presença de isoflavona na soja, que é um composto pertencente ao grupo dos flavonoides. Os dois tipos principais de isoflavona na soja são a genisteína e daidzeina.

Esse composto bioativo se assemelha em estrutura e função ao hormônio feminino estrogênio. Esse hormônio, em excesso, está ligado ao aparecimento e agravamento do câncer de mama.

Por essa semelhança, a isoflavona é capaz, então, de se ligar aos receptores de estrogênio em determinados locais do corpo. Por isso, acaba competindo com o hormônio nesses respectivos locais.

No entanto, a potência da isoflavona é cerca de 1000x menor que a do próprio hormônio e seu efeito, na verdade, acaba sendo modulador. Como o estrogênio e a isoflavona tem potencialidades diferentes, eles não funcionam exatamente da mesma forma.

Diversas instituições de saúde consideram a soja, na realidade, anti-cancerígena. Os baixos índices do câncer de mama em países asiáticos e os efeitos anti-estrogênicos da isoflavona levantam a hipótese de que a soja reduz os riscos de desenvolvimento da doença.

Além disso, ela é rica em antioxidantes e a genisteína, em particular, é um potente inibidor da tirosina quinase. A inibição dessas enzimas resultaria na proteção contra diversos cânceres, incluindo o de mama.

Atenção ao tipo de soja consumidor

As mulheres asiáticas consomem principalmente a soja fermentada em tofu, missoshiro e missô. No Brasil, a forma de consumo é um pouco diferente.

Temos que nos lembrar que quando falamos dos benefícios da soja, estamos nos referindo ao alimento integral. Pela facilidade de acesso e baixo custo, o brasileiro costuma incluir a soja em seu dia a dia com alimentos à base de soja transgênica, processados ou, então, na forma de óleo de soja (que não possui isoflavonas!).

Segundo a ANVISA, o consumo diário estabelecido é de no mínimo 25 g de proteína de soja. Já o consumo em grão, de acordo com outras pesquisas seria de, aproximadamente, 60 g por dia.

2. Homens não devem consumir soja

As isoflavonas apresentam uma estrutura química semelhante ao estradiol, um dos principais hormônios femininos e, por esse motivo, se encaixa nos receptores de estrogênio. Isso fez com que se acreditasse que a soja gera feminilidade em homens e diminui os níveis de testosterona.

Esse mito sobre a soja, porém, vem da má interpretação do papel da isoflavona no corpo. Dentro de uma alimentação equilibrada, a soja não gera riscos de alteração hormonal. Para causar qualquer mudança na testosterona, homens teriam que consumir 20 porções diárias de soja. É praticamente impossível.

Assim como o mito sobre a soja anterior, o que, na verdade, acontece é que a soja tem um efeito protetor contra o câncer de próstata. Comparado ao câncer de mama, há dados ainda mais consistentes em relação a esse benefício.

3. Não é uma boa fonte de proteína

Se você levar em consideração termos antigos, como proteína de alto valor biológico, talvez, sim, a soja não seja uma proteína tão completa quanto a carne. No entanto, ao considerar formas mais atuais de avaliar a qualidade proteica, como o escore PDCAA, a soja se assemelha a qualquer bife animal.

Outro ponto importante é levar em consideração o contexto da alimentação. Não importa que um alimento único tenha todos os aminoácidos essenciais, mas, sim, que o conjunto das nossas escolhas alimentares forneça todos esses aminoácidos ao fim do dia.

4. Causa infertilidade

No início dos anos 2000, surgiram alguns estudos dizendo que a soja está relacionada à infertilidade. Alguns trabalhos iniciais observaram que as isoflavonas da soja eram responsáveis pelos problemas de fertilidade em alguns animais, como ovelhas. Nestes casos, os animais consumiam uma média de 360 mg por dia.

Para se ter uma ideia, a ingestão diária média de isoflavonas da população japonesa, uma das maiores consumidoras de soja, é de 30 a 50 mg por dia. Fora que o metabolismo das isoflavonas em uma ovelha é muito diferente do seu metabolismo no ser humano.

Um estudo de 2010, dividiu os participantes em três grupos: o primeiro consumiu proteína isolada de leite, o segundo, proteína de soja isolada com um baixo teor de isoflavonas (1,6 mg) e o terceiro, proteína de soja isolada com um alto teor de isoflavonas (61 mg). Os investigadores observaram que a ingestão das misturas de soja não afetou negativamente a qualidade dos espermatozoides.

MITOS SOBRE A SOJA - CRIANÇAS

5. Antecipa a menstruação nas meninas

Esse é mais um dos mitos sobre a soja baseado na má interpretação da isoflavona.

Como vimos, ela não vai causar alterações hormonais em humanos. Já existem estudos que mostram que não há diferenças de crescimento e desenvolvimento nas pessoas que seguiram uma alimentação com a presença de soja desde pequenas.

Lembrando que a recomendação do Ministério da Saúde é o aleitamento materno exclusivo até os seis meses e, na sua impossibilidade, são utilizadas fórmulas, que podem ser à base de leite de vaca ou soja. Entretanto, ambos não devem ser encarados como substitutos idênticos na nutrição infantil vegetariana e vegana.

Prefira o consumo de soja orgânica, não transgênica

Regra que vale para todo alimento, não só a soja! Se possível, reduza a quantidade de agrotóxicos e GMO na alimentação.

É melhor também, no dia a dia, preferir as opções menos processadas, como o grão, tofu, missô, etc. A proteína texturizada, hambúrgueres prontos e leites vegetais industrializados ficam como exceção.

Gostou de conhecer um pouco mais sobre esse alimento? Agora, você não vai mais reproduzir esses mitos sobre a soja. Para mais conteúdos como esse, que tal acompanhar nossa página no instagram? Te esperamos por lá!

2 respostas em “Mitos sobre a soja, desvende os principais”

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