Categorias
Nutrição e Saúde

Vale a pena tomar multivitamínicos?

Estratégia saudável ou investimento furado?

Você chega na farmácia para comprar um remédio para dor de cabeça e se depara com uma prateleira cheia de cápsulas. Nela, você encontra vitamina D, spirulina, complexo B, ômega 3, ferro e por aí vai. Algumas dessas cápsulas são os multivitamínicos, ou seja, várias vitaminas e minerais em um produto só. Tomar uma vitamina a mais não vai fazer mal, você pode até pensar. Mas será que vale a pena tomar multivitamínicos? Será que teremos mesmo benefícios ou estamos apenas gastando dinheiro à toa?

De A a Z: analisando um multivitamínico

Existem multivitamínicos de todos os tipos, para idosos, mulheres, gestantes, homens, atletas, etc. Primordialmente, a ideia é complementar a dieta diária de um adulto saudável.

Pegamos um multivitamínico de uma marca conhecida que custa R$32, com 60 cápsulas, isto é, duraria por um mês. Fazendo a divisão, temos, então, um valor médio de 0,53 centavos por cápsula.

Em sua composição, encontramos vitamina A, D, C, B1, B2, B3, B6, B12, ácido fólico, ácido pantotênico, ferro, zinco e manganês. Uma cápsula supre 100% das necessidades diárias de um adulto saudável de vitamina A, D, C, B1, ácido fólico e ácido pantotênico. Já a vitamina B2 e B3 supre 81%, a vitamina B6, 38%, o ferro, 71% e zinco, 29%.

Até aí, por enquanto, tudo bem, certo? Vale a pena, então, tomar multivitamínicos? É o que discutiremos abaixo…

VALE A PENA TOMAR MULTIVITAMÍNICOS - COMIDA

Vitamina sintética x vitamina natural

Diferente de um almoço, com arroz, feijão, carne, salada e legumes, as vitaminas de um multivitamínico são sintéticas. São produzidas artificialmente. Desse modo, encare-as como uma suplementação.

O multivitamínico imita a vitamina natural. Estas são derivadas de alimentos, ou seja, material vegetal ou animal que contém tal vitamina. Então, a vitamina C vem da laranja, o zinco das castanhas, a vitamina B2 do leite, o ferro do feijão, etc. Já as vitaminas sintéticas são produzidas em laboratório.

Essas vitaminas não naturais não têm os transportadores e cofatores associados com vitaminas que ocorrem naturalmente. Isso porque elas estão isoladas. A vitamina C da laranja, por exemplo, não está sozinha. Ali, naquela fruta encontramos outras vitaminas, enzimas e minerais.

Além disso, o nosso corpo reconhece de formas diferentes uma vitamina sintética e natural. Inegavelmente, a vitamina natural tem mais resultado e um aproveitamento melhor. Não que a sintética não traga benefício, quando é necessário. No entanto, no geral, a forma natural da vitamina é vista como superior.

O excesso também é prejudicial

Se você tem uma alimentação saudável, é provável que você tenha um bom aporte de nutrientes. Quem consome alimentos integrais, frutas, legumes, verduras, sementes e cereais diariamente consegue ter todas essas vitaminas e minerais de forma natural. Então por que optar pela versão sintética?

A não ser que você tenha alguma condição específica, que não te permita absorver corretamente os nutrientes, como problemas no trato gastrointestinal, não há necessidade de tomar multivitamínicos. Até porque o excesso de vitaminas também é prejudicial.

Olha só o que o excesso de algumas vitaminas pode causar:

  • Vitamina A: sensibilidade em articulações e ossos, pele seca;
  • Ferro: cefaleia, convulsões, náuseas;
  • Vitamina D: fraqueza, anorexia e hipercalemia;
  • Zinco: diarreia, tontura, dor epigástrica, náuseas;
  • Vitamina C: formação de cálculos renais.

Assim como tudo na vida, na nutrição, a chave é o equilíbrio. Nem a mais, nem a menos. Para que tudo funcione perfeitamente, precisamos dosar os pesos na balança.

Comparando as fontes

Agora, para te provar por A + B que, sem dúvida, não vale a pena tomar multivitamínicos, faremos algumas contas básicas.

Vitamina C

Aquele multivitamínicos que comentamos no começo tem 45mg de vitamina C. Vamos ver com que quantidade de comida atingimos esse valor?

  • Uma laranja: 66,2mg.
  • Duas colheres de sopa de couve + uma colher de sopa de pimentão amarelo cu: 52,14mg.
  • Uma branca: 97,7mg.
Zinco

No multivitamínico, temos 2 gramas.

  • Um bife à parmegiana (100g): 2,41mg;
  • Uma colher de sopa de amendoim + 30g de castanha de caju crua: 2,29mg;
  • Uma concha cheia de grão de bico cozido: 2,45mg.
Mais nutrientes

Será que, no geral, é tão difícil conseguir esses nutrientes pela alimentação? Com o intuito de te mostrar que não, confere só algumas fontes das vitaminas e minerais encontrados no multivitamínico:

  • Vitamina A: queijo, manteiga, cenoura, abóbora, mamão;
  • Ácido fólico: fígado, feijão, brócolis, aspargos, pão integral;
  • Vitamina B1: carne de porco magra, germe de trigo, gema de ovo, peixe, leguminosas;
  • Ácido pantotênico: ovo, brócolis, carne bovina, fígado;
  • Vitamina B2: carnes magras, ovos, levedura, leguminosas, vegetais verde-escuros;
  • Manganês: frutos do mar, feijão, castanhas.
  • Ferro: carne bovina, leguminosas, folhas verde-escuras;
  • Vitamina B6: frango, vísceras, batata, banana, aveia;

Prefira comida de verdade

Acima de tudo, prefira descascar ao invés de embalar. Prefira a comida in natura, que vem da terra, que reconhecemos o nome e não foi feita em laboratório. Essa, sim, é a melhor forma de obter todos os nutrientes necessários à saúde.

Afinal, vale lembrar que comida é mais do que apenas nutrientes. É afeto, cultura, prazer, hobby, momentos em família, etc. Dessa forma, não se preocupe só com os nutrientes, se preocupe em ter uma relação melhor com o alimento. Em nutrir corpo e mente.

Se não há uma recomendação profissional, de um médico ou nutricionista, para o uso de multivitamínicos, não vale a pena tomá-los. Algumas pessoas vão precisar de suplementação de vitamina D, ferro ou algum outro nutriente. No entanto, cabe ao profissional avaliar cada caso e decidir a melhor conduta. Jamais suplemente por conta própria. Essa é uma atitude arriscada.

Nossa dica, então, é gastar esse dinheiro investimento em uma consulta com um nutricional. Te garantimos que você terá muito mais resultado com uma reeducação alimentar do que um multivitamínico.

Pode confiar, é o simples que funciona. Vamos juntos descomplicar a alimentação saudável?

Categorias
Nutrição e Saúde

Conheça os benefícios da vitamina D

Põe a cara no sol, mona!

Como a vitamina D nos ajuda a ter mais saúde e vitalidade

Em 2020, com a pandemia da covid-19, a vitamina D ganhou destaque. Alguns estudos associaram baixas taxas da vitamina a casos graves de Covid-19, no entanto, não podemos dizer que uma coisa causa a outra. Ainda assim, a discussão sobre os benefícios da vitamina D e sua carência foi importante. Isso porque, apesar do Brasil ser um país de sol, tropical, a maior parte da população  sofre com insuficiência de vitamina D.

Mais tempo dentro de casa, menos tempo de exposição ao sol

Quanto tempo do seu dia você passa do lado de fora de casa, trabalho ou faculdade? Sem contar o tempo de transporte. Ou, então, na sua casa bate sol? Você tem um quintal onde pode sentar e relaxar?

Nossa rotina é muito atarefada e, com isso, perdemos tempo de qualidade ao ar livre. Passamos 98% do nosso tempo enclausurados entre quatro paredes. São as demandas da casa, do trabalho e do estudo que nos fazem passar mais tempo em frente ao computado do que admirando o céu e as nuvens.

E, dessa maneira, perdemos a nossa principal de fonte de vitamina D: o sol! Os raios ultravioletas do tipo B (UVB) são a melhor e mais fácil fonte de vitamina D. Mais do que os próprios alimentos ricos nesse tipo de vitamina.

Isso significa que é muito mais efetivo 30 minutinhos diários de exposição ao sol se comparado a uma refeição com alimentos que contém vitamina D, como ovo e fígado. Isso acontece porque os raios UVB ajudam na síntese da vitamina pelo nosso organismo.

Benefícios da vitamina D para sua saúde

Vamos começar entendendo o básico.

A vitamina D, em primeiro lugar, é uma vitamina lipossolúvel, junto com a vitamina A, E e K. Essas vitaminas são solúveis em lipídios, ou seja, gorduras, e não-solúveis em água. Para serem absorvidas, é necessária a presença de lipídios, além de bile e suco pancreático.

Existem também duas formas da vitamina D:

  • Vitamina D2 (ergocalciferol): originada do ergosterol presente nos tecidos vegetais;
  • Vitamina D3 (colecalciferol): originada da transformação d 7-deidrocolesterol presente na pele de mamíferos.

Sendo assim, a vitamina D2 tem origem vegetal e a vitamina D3 é aquela de origem animal. A primeira é muito usada na suplementação de alimentos, como vitamina adicionada, e para vegetarianos e veganos, enquanto a vitamina D3 está presente naturalmente nos alimentos de origem animal e também pode ser encontrada para suplementação ou adicionada em produtos alimentícios.

Funções da vitamina D no organismo

Uma das principais funções e benefícios da vitamina D é auxiliar na absorção do cálcio. Ela está diretamente relacionada à regulação da concentração de cálcio e fósforo no organismo, favorecendo, assim, a absorção desses minerais no intestino.

Desse modo, a vitamina D tem um papel essencial na saúde óssea. Sua deficiência leva a uma menor disponibilidade de cálcio, mineral que compõe nosso esqueleto. Assim, ao longo do tempo, aumentam as chances de osteoporose e osteomalácia em adultos. Já em crianças, a deficiência de vitamina D pode levar ao raquitismo.

Outra função importante da vitamina D é na manutenção da imunidade. Em resumo, estudos têm sugerido que a vitamina D é capaz de modular o sistema imune inato e apontam para sua ação antimicrobiana. Entende-se que quanto menores os níveis de vitamina D, mais susceptíveis ficamos a doenças e infecções.

Inclusive, sua deficiência vem sendo relacionada com o desenvolvimento de doenças autoimunes, como diabetes mellitus, esclerose múltipla, doença inflamatória intestinal, lúpus e artrite reumatoide.

Vitamina D, gestantes e lactantes

A gestação é um período crítico e a deficiência de qualquer vitamina influencia no estado de saúde da mãe e desenvolvimento do bebê. Assim, no caso da vitamina D, sua deficiência pode estar associada ao desenvolvimento de diabetes gestacional, vaginose bacteriana, pré-eclâmpsia e baixo peso do recém-nascido.

Para as mulheres amamentando, os alimentos não são o suficiente para suprir a necessidade de vitamina D. E mesmo para as mães que tenham uma boa ingesta da vitamina, o leite materno possui baixas concentrações. Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a suplementação  de crianças em aleitamento materno exclusivo, iniciando logo após a primeira semana de nascimento.BENEFÍCIOS DA VITAMINA D - SUPLEMENTAÇÃO

Sinais de deficiência de vitamina D

Além dos problemas ósseos, a falta de vitamina D pode causar outras complicações, como, por exemplo, depressão, gripes e resfriados frequentes, enxaqueca, falta de força muscular, etc.

Confira alguns dos principais sintomas de deficiência de vitamina D:

  • Ossos fracos;
  • Dificuldade de cicatrização;
  • Fadiga;
  • Sono excessivo;
  • Perda de memória;
  • Falta de atenção;
  • Dificuldades relacionadas ao raciocínio lógico;
  • Desânimo constante;
  • Dor muscular;
  • Aumento de peso;
  • Perda de cabelo;
  • Dores nas costas;
  • Dores de cabeça.

Muitas pessoas atribuem a fadiga à rotina, todavia não pensam em como a nutrição está associada a esses sintomas. No entanto, não é normal se sentir triste, cansado e com sono o tempo todo.

Ao notar qualquer um desses sinais, procure um médico ou nutricionista!

Como identificar e tratar a deficiência de vitamina D

Com um exame de sangue simples é possível identificar a deficiência de vitamina D. Lembrando que, de acordo com o IBGE, a maior parte da população brasileira adulta apresenta falta da vitamina.

Tendo um diagnóstico, é hora de escolher o melhor tratamento. Normalmente, o médico entra com uma dose de ataque e suplementação até que os níveis estejam bons novamente. Dependendo da rotina da pessoa e de onde ela mora, essa suplementação pode ser necessária com maior frequência.

Mas caso você tenha a possibilidade de tomar 20 minutinhos diários de sol, antes das 10h e depois das 16h, essa é a melhor opção. Além de, é claro, combinar essa estratégia com alimentos fontes da vitamina ou, então, fortificados. Mas quais são esses alimentos?

BENEFÍCIOS DA VITAMINA D - FONTES

  • Gema de ovo;
  • Fígado;
  • Manteiga;
  • Óleo de peixe.

Em conclusão, os benefícios da vitamina D são diversos e esse nutriente faz parte de diversos processos importantes no nosso corpo. Vale lembrar, entretanto, que a suplementação deve ser feita apenas com a orientação de um profissional, pois o excesso de vitamina D também pode ser prejudicial.

Quer cuidar mais da sua saúde? Então, marque uma consulta com uma de nossas nutricionistas! Estamos te esperando 🙂

Categorias
Nutrição e Saúde

Ferro heme é melhor? Entenda as diferenças

Existe a ideia de que o ferro heme é melhor. Enquanto este é de origem animal, o ferro não é heme está presente nas leguminosas, verduras, legumes, cereais, etc. O ferro heme tem uma taxa de absorção maior e sofre menos alterações de fatores que prejudicam ou intensificam sua absorção. Mas será que isso é o suficiente para afirmar com tanta certeza que o ferro heme é melhor? Vamos conversar mais sobre o assunto!

FERRO HEME É MELHOR - NUTRI

Importância do mineral ferro

Esse nutriente faz parte de várias reações químicas no corpo. Ele é conhecido, principalmente, pela sua participação na composição da hemoglobina, pigmento encontrado nas hemácias do sangue e que é responsável pelo transporte de oxigênio.

Além disso, o ferro também é importante para a síntese de DNA, detoxificação hepática e metabolismo energético.

Sintomas da deficiência

O ferro é um mineral encontrado em abundância no planeta. Assim, poderíamos afirmar que a deficiência de ferro, em qualquer dieta ou país, seria algo difícil de acontecer. Mas não é assim que acontece.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% da população mundial é anêmica. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, esse número é cerca de quatro vezes maior. Sendo que a anemia ferropriva, ou seja, por deficiência de ferro, corresponde a 90% dos casos.

Garantir bons níveis de ferro depende das escolhas alimentares, saúde como um todo, processo digestivo e combinações de alimentos. Comer carne não é o suficiente.

Principais sintomas

Um dos principais sintomas da deficiência de ferro é a fadiga física. Sabe aquele cansaço sem razão aparente? Pois ele pode indicar uma anemia ferropriva. Isso porque, como citamos antes, o ferro está envolvido na produção de energia. Nossas mitocôndrias precisam dele para transformar os nutrientes que comemos em energia.

A pessoa com deficiência de ferro também fica com a imunidade alterada. Dessa forma, está mais susceptível à infecções. Outro sintoma são os déficits cognitivos, principalmente em crianças, pois o ferro participa de reações cerebrais.

Mais sintomas da deficiência são:

  • Queda de cabelo;
  • Unhas fracas e quebradiças;
  • Pernas inquietas;
  • Tontura ao se levantar rápido;
  • Dificuldade para acordar pela manhã;
  • Tristeza sem motivo aparente;
  • Pouco rendimento na atividade física;
  • Maior tendência a resfriados, dores de garganta, etc.

Falta de ferro nem sempre é anemia

Anemia acontece quando a hemoglobina está baixa. Descobrimos a condição por meio do exame chamado hemograma. Mas nem sempre essa anemia está só relacionada somente à falta de ferro. Pode ser por problemas na tireoide, no rim, falta de vitamina B12, alterações genéticas, etc.

A anemia é um sintoma tardio da deficiência de ferro. Isso porque nosso corpo necessita do transporte de oxigênio para se manter vivo. Dessa forma, a hemoglobina, essencial nesse processo, será a última coisa a abaixar diante de uma falta do nutriente.

Quando queremos avaliar os níveis de ferro, temos que olhar também para ferritina, nosso estoque do nutriente. Não basta avaliar somente a hemoglobina.

Diferença entre ferro heme e não heme

De maneira prática, o ferro heme vem das hemácias e das células musculares dos alimentos de origem animal. Ele tem uma bolha de proteção ao seu redor, chamada de anel de porfirina. O ferro está ali, protegido.

Nesse sentido, poucas coisas vão atrapalhar a absorção desse ferro. Aliás, apenas o cálcio tem essa capacidade. Por isso, é legal manter fontes de ferro e cálcio em refeições diferentes.

O ferro heme é absorvido em torno de 10% a 40%.

Já o ferro não heme, o ferro vegetal, não tem essa bolha de proteção. Por causa disso, é mais vulnerável a fatores externos. Então, se você ingere o ferro vegetal com vitamina C, você melhora a absorção, enquanto que ao ingerir com cafeína, você atrapalha a absorção.

O ferro não heme é absorvido em torno de 2% a 20%.

Ferro heme é melhor?

Para responder essa pergunta, temos que pensar na carne em si. O animal se alimenta, primordialmente, de ferro não heme, ou seja, plantas. Quando ele é abatido, 60% do seu ferro é vegetal e 40% é o ferro heme.

Com o congelamento e aquecimento dessa carne, parte do ferro heme tem sua bolha de proteção rompida. Assim, parte daquele ferro que, originalmente, era heme, chega ao prato como não heme.

FERRO HEME É MELHOR - ANEL DE PORFIRINA.gif

Hoje, levando em consideração o processo de produção e consumo da carne, ao comer um bife, absorvemos cerca de 18% do ferro. Já ao comer um prato de feijão, absorvemos 10%. Vamos fazer uma conta juntos?

Em uma porção de carne com 100g, de 190 calorias, temos 1,9mg de ferro. Como absorvemos 18%, no final, passa do intestino para o sangue, cerca de 0,34mg.

Agora, vamos pensar no feijão. As mesmas calorias equivalem a 1 concha cheia, que tem 4mg de ferro. Como absorvemos 10%, no fim, passará para o sangue 0,40mg do nutriente.

Sim, o conceito de que o ferro heme é melhor absorvido está certo. Mas dizer que o ferro heme é melhor, não. Até porque ambos vão desempenhar as mesmas funções no nosso organismo.

Necessidades diárias

Outro ponto importante é que a carne não supre as nossas necessidades diárias. Precisamos, em média, de 1g a 2g de ferro por dia. Como vimos na conta anterior, 100g de carne, que é o recomendado pela OMS, supre 0,34mg. Isso, é claro, varia de acordo com o corte de carne, forma de preparo, combinação no prato, etc. É uma média!

E os outros 1,6g? Virão não apenas da carne, mas de alimentos de origem vegetal e porções de laticínios.

Como absorver melhor o ferro

Nós conseguimos, por meio da alimentação, melhorar nossa absorção de ferro! São alguns cuidados simples:

  • Evitar tomar chá preto e café logo após o almoço. O ideal é esperar 1 hora;
  • Comer uma fonte de vitamina C com fontes de ferro, como, por exemplo, uma laranja. Isso porque precisamos de um ambiente ácido no estômago para absorver o ferro e podemos recorrer a natureza, com o ácido ascórbico. Para cada 75mg de vitamina C, a absorção do ferro aumenta em 3x;
  • Manter uma microbiota intestinal saudável, consumindo alimentos naturais;
  • Alguns estudos, apesar de controvérsias, apontam que a vitamina A potencializa a absorção de ferro;
  • Deixar as leguminosas de molho por, no mínimo, 8 horas.

E agora, ficou claro por que dizer que “ferro heme é melhor” não é uma ideia 100% certa? Restou alguma dúvida? Comenta aqui embaixo!

Categorias
Nutrição e Saúde

10 dicas para congelar alimentos sem perder nutrientes e sabor

Facilite sua rotina com essas dicas para congelar alimentos!

Congelar alimentos é uma estratégia para manter a alimentação saudável. Afinal, ao chegar em casa e encontrar uma marmitinha congelada, menores são as chances de recorrer aos industrializados e lanches de pacote. Além disso, o congelamento evita o desperdício de alimentos, sendo uma atitude sustentável em prol da sua saúde e do meio ambiente.

Contudo, algumas pessoas têm receio de congelar alimentos pela perda de nutrientes. Já outras acham que os alimentos perdem textura e sabor. Mas chegou a hora de desmistificar essas ideias e, para isso, mostraremos dicas para congelar alimentos de forma prática, simples e saborosa!

Vai perder nutrientes?

Inegavelmente, o congelamento mexe com a estrutura química dos alimentos. Essa perda de nutrientes, no entanto, não é significativa a ponto de tornar o congelamento algo ruim. Na verdade, ele segue sendo uma atitude prática para manutenção de hábitos saudáveis.

Quanto menor a temperatura, melhor será a retenção dos nutrientes!

A perda de nutrientes costuma girar em torna de 10% a 15%. Bem pequena, não é mesmo? Isso varia também de acordo com o tipo de alimentos e cuidados na hora do congelamento e descongelamento. A fim de descobrir como é possível congelar os alimentos e manter o máximo de nutrientes, continue lendo! 🙂

O que não pode ser congelado?

Poucos são os alimentos que não podem ser congelados. Aliás, você pode congelar t-u-d-o, mas certos produtos não são recomendados porque perdem todas suas características de sabor e textura. Por exemplo:

  • Maionese;
  • Salada;
  • Gelatina;
  • Tofu;
  • Cural;
  • Pudim;
  • Batata cozida (prefira na forma de purê!);
  • Ovo cozido;
  • Vegetais e frutas ricas em água (ex: pepino e melancia!);
  • Iogurte;
  • Molhos que levem farinha, como bechamel.

Isso significa que você não pode congelar? Não, pelo contrário. Salvo a salada crua e gelatina que, realmente, são bem afetadas pelo congelamento, você pode testar o restante e ver se o resultado te agrada.

Quanto tempo dura um alimento congelado?

O tempo de conservação varia, mas o indicado, no geral, são três meses. Por isso, é importante ter um sistema de identificação e validade.

Dicas para congelar alimentos

O congelamento é, certamente, um eficiente sistema de conservação dos alimentos. Isso porque retira o calor, retardando a ação de micro-organismos e, consequentemente, o processo de deterioração. Pensa só: quanto tempo dura um arroz e feijão na geladeira? Uma semana! Agora, congelado, eles duram até três meses, como citado acima. Bora tornar sua rotina mais prática, então?

1. Embalagem adequada

O ideal é escolher uma embalagem que possa ir ao micro-ondas, facilitando o descongelamento. Além disso, essa embalagem não deve permitir que o alimento entre em contato com o ar do freezer, deve ser resistente à gordura, evitar a passagem de aroma, aderir ao alimento antes do congelamento e se soltar com facilidade após congelado.

Outro ponto é que elas devem ser à prova d’água e com o mínimo de ar possível. Se possível, congele à vácuo. Essa é a melhor maneira de preservar os nutrientes, sabor e textura. Mas como sabemos que essa não é uma prática tão simples, fique de olho nas especificações da embalagem.

Você pode usar sacos plásticos de polietileno incolor (atóxico), folhas de alumínio, recipientes de plástico, de alumínio, de vidro (cuidado com o choque térmico!), etc. Existem, inclusive, kits específicos para esse fim!

 DICAS PARA CONGELAR ALIMENTOS - BRANQUEAMENTO

2. Branqueamento dos vegetais

O branqueamento inativa as enzimas que causam deterioração! É uma técnica simples.

Basta escaldar os vegetais em água fervente por alguns minutos (cerca de 4) e, em seguida, resfriá-los com água fria ou gelada pelo mesmo tempo em que foram escaldados. Prontos para o congelamento!

3. Crie etiquetas de identificação

Com o nome dos alimentos e a data do congelamento. Assim, fica mais fácil encontrar o que deseja e você não corre o risco dos alimentos guardados estragarem. Porque, sim, alimentos congelados também vencem!

4. Não “recongele” alimentos

Descongelou? Não pode voltar para o freezer.

A princípio, ao fazer isso o alimento vai ficar seco e sem gosto. Em segundo lugar, durante o descongelamento, algumas bactérias patogênicas podem se reproduzir mais rapidamente e iniciar uma nova colonização.

Então, ao congelar novamente um alimento descongelado, você pode estar paralisando um processo de deterioração iniciado, modificando as propriedades do alimento e correndo o risco de ter um alimento estragado no freezer.

5. Divida os alimentos em pequenas quantidades

Por esses motivos, o ideal é congelar pequenas porções de alimentos. Quanto você costuma comer por refeição? Baseie-se nessa quantidade. Dessa maneira, o descongelamento será mais rápido e seguro, além de evitar desperdícios, pois, como vimos, após o descongelamento, os alimentos não podem ser recongelados.

6. Higienize os alimentos antes do congelamento

Principalmente, verduras, legumes e frutas, ainda mais se consumidos com casca. Assim, evitamos a deterioração e garantimos um alimento mais saboroso.

Cuidado também com a higiene na hora da cocção. Lave sempre as mãos e use utensílios limpos.

Uma dica extra: sobrou arroz do final de semana e está pensando em congelar? Certifique-se de que ele ainda está bom. Às vezes, a comida já estragou e nós nem percebemos. O congelamento, apesar de retardar o avanço dos micro-organismos, não encobre a deterioração existente.

7. Tempere com moderação

O congelamento costuma acentuar o tempero. Então, se você é uma pessoa que costuma pesar no sal e pimenta, vá com calma.

Outra dica é não cozinhar demais os alimentos, preferindo a textura al dente, pois eles tendem a amolecer durante o congelamento.

DICAS PARA CONGELAR ALIMENTOS - TEMPERO

8. Cuidado com o descongelamento

Nada de deixar os alimentos em cima da pia, em temperatura ambiente! Existem duas opções: deixar os alimentos descongelando na geladeira ou, então, usar o micro-ondas.

Para bolos e doces, prefira o descongelamento na geladeira, enquanto para os pratos prontos, opte pelo micro-ondas. Outra opção, para quem não usa esse aparelho doméstico, é colocar o alimento congelado na panela, em fogo baixo, com um pouco de água e tampar.

9. Congelamento de temperos

  • Temperos verdes (coentro, cebolinha, salsa, etc): higienize, seque com um papel toalha, pique bem e congele em pequenas porções, em potes plásticos ou sacos plásticos;
  • Cebola: você pode picar em rodelas, espalhar em uma assadeira, cobrir com plástico filme e levar ao congelador. Depois de congelada, passe para um pote plástico ou vidro, crua, inteira, para ser usada em molho ou batida no liquidificador. Também pode ser congelada ralada, em cubinhos de gelo ou refogada em pouco óleo e batida;
  • Alho: pode ser congelado em pedaços, amassado ou inteiro, com um pouco de óleo.

10. Função descongelamento do micro-ondas

Para descongelar de maneira uniforme e evitar um processo de cozimento desnecessário, use potência mínima para descongelar alimentos crus e na potência média ou máxima para pratos prontos.

O ideal é, sempre que possível, a cada um minuto, por exemplo, interromper o processo e mexer, virar ou separar as partes do alimento. Prefira também descongelar pequenas quantidades!

E aí, curtiu essas dicas para congelar alimentos? Recomendamos também a leitura desse artigo, com informações mais detalhadas. É aquele ditado: quem congela, sempre tem. E nós esperamos que essas dicas te ajudem a ter uma rotina mais prática, saudável e cheia de comidinhas gostosas, sempre em mãos!

Categorias
Nutrição e Saúde

20 hábitos saudáveis para mudar de vida em 2021

São os pequenos hábitos que fazem diferença!

É como passamos nossas manhãs. Como falamos com nós mesmos. É com quem compartilhamos nossa energia. O que assistimos, o que lemos e, principalmente, o que comemos. São pequenos hábitos que mudam nossa vida.

É claro que as grandes conquistas importam, ainda assim, elas são a soma do que fazemos todos os dias. Da nossa rotina, de como gastamos nosso tempo e de quais são nossas prioridades. Ninguém conquista grandes coisas da noite para o dia. É uma caminhada e cada pequeno passo importa.

HÁBITOS SAUDÁVEIS PARA MUDAR DE VIDA EM 2021 - METAS

Tenha metas alcançáveis

Então, se você quer mudar de vida em 2021, destrinche suas metas. Se você quer emagrecer, não foque na balança. Esqueça, por algum tempo, os números. Eles não nos dizem nada.

Pense na pergunta principal: como você vai emagrecer de forma saudável? O que você pode fazer para que seu corpo alcance essa meta de forma leve e sustentável? Assim, mudamos a perspectiva.

Vamos supor que, agora, você vai beber mais água, fazer exercício, cortar o refrigerante e diminuir o açúcar.  Ok, bacana, são hábitos saudáveis que vão te ajudar a mudar de vida em 2021. Mas a próxima pergunta é: como fazer isso? Tire do abstrato, vá para prática. Olha só o que você poderia fazer:

  • Fazer a matrícula na academia;
  • Definir o horário que irá e anotar semanalmente na agenda;
  • Começar aos poucos, indo 2x na semana e, depois, evoluir conforme cria o hábito;
  • Chamar uma amiga para ir malhar junto;
  • Não ter mais refrigerante no armário;
  • Experimentar sucos naturais que nunca tomou, como melão, caju, carambola, pitaya;
  • Substituir o açúcar refinado pelo demerara e, depois, pelo mascavo;
  • Diminuir a quantidade de açúcar no café até não precisar colocar mais nada;
  • Comer uma fruta ao invés de sobremesa no almoço;
  • Aprender a ler o rótulo dos alimentos, para, assim, fazer escolhas mais conscientes;
  • Ter uma garrafinha de água cheia em cada cômodo da casa;
  • Comprar uma garrafa de 500ml para deixar na mesa do trabalho;
  • Baixar uma aplicativo para te lembrar de beber água;
  • Fazer terapia (principalmente, para casos de compulsão alimentar!).

Viu só? Essas são metas alcançáveis. Agora, “perder 10kg em mês” parece apenas uma promessa de produtos milagrosos que bagunçam nossa relação com a comida. Tenha um plano possível de praticar!

HÁBITOS SAUDÁVEIS PARA MUDAR DE VIDA EM 2021 - ALIMENTAÇÃO

A boa alimentação muda tudo

Sabemos que a meta das pessoas, em relação à comida, costuma ser perder peso. Mas queríamos te convidar a refletir. Afinal, o objetivo da alimentação saudável vai além disso.

Perder peso é uma consequência de um conjunto de hábitos saudáveis. Quando emagrecemos de maneira restritiva, acabamos alimentando sentimentos de culpa e frustração. Enxergamos a comida como vilã, sendo que, na verdade, ela é a mocinha.

Quando mudamos nossa relação com a comida e aprendemos a importância da alimentação saudável, sentimos os impactos, literalmente, na pele. Temos mais disposição, saúde, energia e bom humor. O cabelo fica mais forte, a pele mais bonita e o sono regulado. Perdemos peso, ganhamos massa muscular e evitamos, dessa maneira, uma série de doenças. Você ganha qualidade de vida.

Por isso, nesse post, vamos sugerir 20 hábitos saudáveis para mudar de vida em 2021, todos relacionados à alimentação. Não, você não precisa seguir todos. Avalie o que faz sentido na sua rotina e, então, comece a aplicar para ver os resultados na prática.

20 hábitos saudáveis para mudar de vida em 2021

1. Beber mais água

2. Não usar o celular enquanto faz suas refeições

3. Cozinhar em família

4. Experimente um alimento diferente por semana ou por mês

5. Encontre uma feira de orgânicos perto de casa

6. Deixe de adoçar sucos naturais

7. Não vá ao mercado com fome

8. Planeje as refeições da semana

9. Como uma fruta cítrica depois do almoço (aumenta absorção de ferro!)

10. Faça parte do movimento Segunda Sem Carne

11. Inclua fontes de ômega-3, como, por exemplo, linhaça e peixes

12. Dê uma chance ao chocolate amargo e meio amargo

13. Use um sal de ervas, diminuindo a quantidade de sódio no dia a dia

14. Higienize os alimentos que forem consumidos crus ou com casca

15. Mastigue bem os alimentos, com calma

16. Congele refeições, para sempre ter uma comidinha saudável

17. Não pule refeições, principalmente o café da manhã

18. Deixe de acompanhar quem apoia dietas restritivas

19. No almoço ou janta, tenha, ao menos, 5 cores no seu prato

20. Evite, sempre que possível, fritura e industrializados

 

Extra: conte com a ajuda de um nutricionista!

A principal dica. Esse não é um hábito saudável, mas é uma decisão que vai te ajudar a consolidar esses tais hábitos. Ver dicas gerais na internet é uma coisa. Contar com a ajuda de um profissional para aplicá-las é outra.

Além disso, um nutricionista ajustará todas essas recomendações à sua realidade. O profissional avalia quem você é, quais são seus desejos, sua rotina, seu orçamento e o que o seu corpo pede no momento. Nem sempre o que a pessoa X indicou no instagram vai funcionar para você, porque somos pessoas diferentes, com necessidades e organismos distintos.

O papel do nutricionista é ser um facilitador e tornar a alimentação saudável, enfim, algo prazeroso. A princípio, as pessoas encaram o nutricionista apenas como alguém vai que vai te passar uma dieta, te dizer o que comer e fim. Mas é muito mais do que isso!

É sobre mudar de vida em 2021 usando a alimentação ao nosso favor. É, sobretudo, ter uma relação saudável com a comida. Entender o que te faz bem e dar o seu corpo o combustível que ele precisa para que possamos viver essa vida com plenitude e aproveitando ao máximo.

Se você está a fim de tornar uma realidade esses hábitos saudáveis para mudar de vida em 2021, que tal conhecer nossa clínica? Estamos te esperando para que, juntos, possamos tornar esse ano mais leve, nós merecemos! Você também pode nos acompanhar no instagram para mais conteúdos como esse!